segunda-feira, 22 de junho de 2009

Ecoblog



Sistema GranaBrasil

Sistema GranaBrasil

Ecoblog


A Ecologia é o estudo das interações dos seres vivos entre si e com o meio ambiente.


A palavra Ecologia tem origem no grego “oikos”, que significa casa, e “logos”, estudo, reflexão. Logo, por extensão seria o estudo da casa, ou de forma mais genérica, do lugar onde se vive. Foi o cientista alemão Ernst Haeckel, em 1869, quem primeiro usou este termo para designar a parte da Biologia que estuda as relações entre os seres vivos e o ambiente em que vivem, além da distribuição e abundância dos seres vivos no planeta.


Assim como a Ecologia é uma parte da Biologia, a Ecologia divide-se em vários partes, tais como a Autoecologia, a Demoecologia e a Sinecologia.


Para os ecólogos, o meio ambiente inclui não só os fatores abióticos como o clima e a geologia, mas também os seres vivos que habitam uma determinada comunidade ou biótopo.


Para que possamos delimitar o campo de estudo em ecologia devemos, em primeiro lugar, compreender os níveis de organização entre os seres vivos. Portanto, podemos dizer, que o nível mais simples é o do protoplasma, que é definido como substância viva. O protoplasma é o constituinte da célula, portanto, a célula é a unidade básica e fundamental dos seres vivos. Quando um conjunto de células, com as mesmas funções estão reunidas, temos um tecido. Vários tecidos formam um órgão e um conjunto de órgãos formam um sistema. Todos os sistemas reunidos dão origem a um organismo. Quando vários organismos da mesma espécie estão reunidos numa mesma região, temos uma população. Várias populações num mesmo local formam uma comunidade. Tudo isto reunido e trabalhando em harmonia forma um ecossistema. Todos os ecossistemas reunidos num mesmo sistema como aqui no Planeta Terra temos a biosfera.


O meio ambiente afecta os seres vivos não só pelo espaço necessário à sua sobrevivência e reprodução – levando, por vezes, ao territorialismo – mas também às suas funções vitais, incluindo o seu comportamento (estudado pela etologia, que também analisa a evolução dos comportamentos), através do metabolismo. Por essa razão, o meio ambiente – a sua qualidade – determina o número de indivíduos e de espécies que podem viver no mesmo habitat.



Por outro lado, os seres vivos também alteram permanentemente o meio ambiente em que vivem. O exemplo mais dramático é a construção dos recifes de coral por minúsculos invertebrados, os pólipos coralinos.


As relações entre os diversos seres vivos existentes num ecossistema incluem a competição pelo espaço, pelo alimento ou por parceiros para a reprodução, a predação de organismos por outros, a simbiose entre diferentes espécies que cooperam para a sua mútua sobrevivência, o comensalismo, o parasitismo e outras (ver a página Relações Ecológicas).


Da evolução destes conceitos e da verificação das alterações de vários ecossistemas – principalmente a sua degradação – pelo homem, levou ao conceito da Ecologia Humana que estuda as relações entre o Homem e a Biosfera, principalmente do ponto de vista da manutenção da sua saúde, não só física, mas também social.


Por outro lado, apareceram também os conceitos de Conservação e do Conservacionismo que se impuseram na actuação dos governos, quer através das acções de regulamentação do uso do ambiente natural e das suas espécies, quer através de várias organizações ambientalistas que promovem a disseminação do conhecimento sobre estas interações entre o Homem e a Biosfera.


A ecologia está ligada a muitas áreas do conhecimento, dentre elas a economia. Nosso modelo de desenvolvimento econômico baseia-se no capitalismo, que promove a produção de bens de consumo cada vez mais caros e sofisticados e isso esbarra na ecologia, pois não pode haver uma produção ilimitada desses bens de consumo na biosfera finita e limitada.


AMAZÔNIA!

A amazonia está cada vez mais sendo desmatadas e com isso temos varios problemas por que não só a floresta perde, e sim todos nós!!
SOLUÇÃO AMAZÔNICA



A floresta amazônica, patrimônio de toda a humanidade, cobre, em território brasileiro, cerca de 260 milhões de hectares, dos quais, aproximadamente, 7 milhões de hectares formam a floresta de várzea, e 253 milhões, a grande floresta de terra firme.

Essas coberturas vegetais fazem parte da bacia hidrográfica do rio Amazonas, de superfície bem maior, onde existem outras formas vegetais de menor importância, que representam praticamente 2/3 (dois terços) do território nacional, constituindo-se, em seu todo, um ecossistema extremamente diversificado, integrado, e sobretudo frágil.

Desde o século passado, até o presente, a Amazônia tem sido alvo de tentativas nacionais e internacionais de ocupação de seu espaço.

Na segunda metade do século passado, o governo norte-americano, consoante o livro "A amazônia para os negros americanos", da escritora Nícia Vilela Luz (USP), arrimado em pesquisas na biblioteca de Washington e nos arquivos do Congresso Americano, havia sido elaborado um plano de ocupação do ecossistema para abrigar contingentes de negros daquele país, como objetivo de evitar as condições sócio-econômicas que levaram à eclosão da guerra de secessão.

Em 1946, foi proposta a criação do Instituto da Hiléia Amazônica, que pretendia a internacionalização do território (o que estão a tentar novamente, na atualidade), com entrega de várias áreas à administração e exploração de seus recursos por parte de potências estrangeiras, através de contratos de prazo indeterminado.

Em "A Amazônia e a cobiça internacional", livro do ex-governador amazonense, Arthur César Ferreira Reis, há a proposta do envio de mais de 200.000 (duzentos mil) árabes, do Oriente Médio, para esse estado do norte. O Instituto Hudson propôs a construção de um sistema de barragens destinado a formar o grande lago amazônico, alagando 240 mil quilômetros quadrados da região, o que faria desaparecer mais de 20 municípios do Pará e Amazonas, chegando a inundar grande parte da capital, Manaus.

Todas as propostas foram bloqueadas pela opinião pública brasileira, mas atualmente não é tão simples clamar contra todas as formas agressivas, especialmente quando se trata de questão ecológica! Cremos que será necessário pedir ajuda internacional para conter a tentativa de ocupação amazônica.

G R A V Í S S I M O

A demanda por madeiras é crescente, tanto para o mercado interno, em razão do gradativo desaparecimento das florestas do sul (araucária), completamente devastado, como para o externo, face à tendência da queda de produção nos países asiáticos.

Chega-se, assim, à previsão sombria da formidável pressão sobre o ecossistema, direcionada para os seus produtos de origem vegetal e também sobre seu solo.

Além da exploração madeireira, existem outros projetos em andamento, disfarçados de utilização racional sob a denominação de "política desenvolvimentista da Amazônia", compreendendo: a) projetos agropecuários, que recebem a maior concentração de esforços governamentais, destacando-se, desde logo, a abertura de clareiras necessárias a essa implementação, devidamente registradas por satélites: b) exploração de recursos minerais, com a finalidade de gerar insumos para suprir as indústrias do centro-sul do Brasil e, consequentemente, exportação a preços incrivelmente aviltados; c) exploração energética, por meio de contínua instalação de hidroelétricas como Tucuruí, Balbina, a fim de gerar energia a preços baixos, tanto para Carajás como para "atrair"novos focos de industrialização.

Compreende-se, pois, que a Amazônia sofra, constantemente, assaltos sem precedentes, podendo, obviamente, gerar consequências catastróficas para toda a humanidade.

Um balanço feito quanto à evolução das atividades madeireiras, na região, de 1960 a 1970, mostrou que ali estavam a trabalhar, com projetos aprovados pela Sudan, 5 serrarias, produzindo 41.000 m3 (quarenta e um mil metros cúbicos) de serrados, e 94.000 m3 de compensados, consumindo 328.330 m3 de toras.

Em 1976, 10 anos depois, portanto, apenas por 70 empresas que receberam incentivos fiscais, foram consumidos aproximadamente QUATRO MILHÕES de metros cúbicos de toras, ou seja, houve acréscimo superior a MIL POR CENTO, sem computar as serrarias clandestinas, cujo número já atinge quase 10.000!

A atividade agropecuária, recebedora do maior número de recursos e incentivos, por parte do governo brasileiro, é a mais predatória tentativa colonizadora: derrubam-se árvores seculares para formar pastagens que, em breve, acelera o surgimento de desertos, devido à intensa lixiviação do solo, pois este perde, sob a incidência das chuvas, sua camada fértil.

Os métodos empregados na abertura das clareiras, onde formar as pastagens, são os mais pecaminosos possíveis,com utilização de desfolhantes tipo "agente laranja", motosserras, bulldozers equipados com correntões, a derrubada, em minutos, do que a natureza levou séculos para criar; além desse procedimento, outro, pior e mais comprometedor, desrespeitando flora e fauna, é também via comum, as queimadas, de tal proporção, constantemente flagradas por satélites.

C O N S E Q U Ê N C I A S

O desmatamento indiscriminado, criminoso, já ocasiona a marginalização dos povos nativos, expulsos pelos grandes latifúndios em direção às favelas expandidas nos subúrbios de Belém, Manaus e outras cidades da região, o que leva, de maneira fatal, ao genocídio dos indígenas!

No plano nacional, o país começa a sofrer as consequências dessa devastação impiedosa que propicia, sobretudo, violentos fenômenos climáticos.

Entretanto, o que está em jogo não é apenas o equilíbrio ecológico do Brasil, ou de parte da América do Sul; segundo cientistas como o Prof. Harald Sioli, do Instituto Max Planck, de Berlim, a destruição do ecossistema amazônico provocará aumento de até 20% de gás carbônico na atmosfera do planeta, podendo ocorrer o degelo de parte das calotas polares, elevando, substancialmente, o nível atual das marés em todos os oceanos. O resultado será, então, dantesco, ocasionando a destruição de considerável número de cidades litorâneas, cataclismo que ameaça o futuro da humanidade.

O ecossistema amazônico é o menos conhecido do planeta, verdadeiro laboratório para o melhor entendimento da vida em nosso Globo, na realidade um ecossistema frágil e sujeito a mais rápida destruição.

Sem a cobertura da mata, o solo está fadado ao empobrecimento veloz, como pode-se comprovar através da observação das pastagens ali desenvolvidas, pois, após o desmatamento, estas se mostram em decadência, impossíveis de se manter, senão através do emprego de técnicas de manejo sofisticadas, que tornam o empreendimento anti-econômico, como ocorreu com o projeto JARI.

Para se ter idéia da deterioração ambiente, em florestas úmidas semelhantes, na África, apurou-se que, numa só região, com e sem mata, sob idêntica quantidade de chuva, o escorrimento superficial na área florestada era de 0,6 m3 por segundo, em m2 e, em área desflorestada, de 27 m3 por segundo, em metros quadrados. Isto comprova haver grande absorção de água, no primeiro caso e , no segundo, enorme perda de água, favorecendo o prejuízo da camada fértil do solo, através da erosão. Ficou evidenciado, também, que este proceder carreia para os rios fantástico volume de terra, assoreando, consequentemente, o sistema fluvial, além de causar deteriorização das condições de vida dos ecossistemas aquáticos.

D R A M Á T I C O

Pior de tudo, dramática mesmo é a situação dos índios. A população indigena que era de 4 a 5 milhões de nativos, por ocasião da descoberta do país, em 1500, esteve reduzida somente a pouco mais de 220.000 seres, em 1990, quando do levantamento feito pela FUNAI (Fundação de Amparo aos Índios), mas este número se refere a toda a população silvícola brasileira.

Particularmente, no ecossistema amazônico, viviam, em 1990, aproximadamente 160.000 índios, mas chega-se a supor que essa população tenha decrescido em virtude do genocídio que ocorre, continuamente, na região, sem que alguma providência efetiva seja tomada para a defesa dos seculares donos da floresta!

REMÉDIO: TOMBAMENTO INTEGRAL

O instituto do tombamento foi criado, no Brasil, pelo Decreto-Lei nº 25, de 30/11/1937, com a finalidade de tornar inalienáveis os bens artísticos, históricos, arqueológicos e paisagísticos, ainda que de propriedade particular, ressalvando-se, entretanto, a possibilidade da execução de obras e serviços, nos locais tombados, após o preenchimento e cumprimento das exigências legais.

Para que se possa proteger, eficazmente, o território, torna-se imprescindível e necessário que o Brasil promova o tombamento integral, amparado pelas ONGs de todo o mundo, pela Unesco, e também pelas potências que sabem da importância de se manter esse fantástico filtro de biosfera, de relevante valor para as atuais e futuras gerações, com vistas ao que se possa extrair dali, em termos de investigação que venha a beneficiar a humanidade, nos campos da química e da farmacopéia.

O zoneamento ecológico-econômico apregoado e defendido por alguns cientistas não possibilitará a defesa do território, eis que, dos bolsões zoneados, partirão invasores para as áreas ainda livres, terminando por destruir o que ali existe!

AME-Associação Mundial de Ecologia, juntamente com a CDPC-Comissão de Defesa do Patrimônio da Comunidade, deu início, nos anos 80, à campanha pela preservação da Amazônia, permitindo que a primeira argumentasse, em 22.2.1989, em ofício dirigido à antiga SPHAN (Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, do Ministério da Cultura), os pontos básicos para a instituição do tombamento integral do ecossistema.

Essa intenção, contudo, esbarra em dificuldades normais de qualquer movimento que exige mobilização popular, tornando-se necessários apoio e suporte de pessoas físicas e jurídicas conscientes dessa necessidade.

DESENVOLVIMENTO LOCAL SUSTENTÁVEL

Com a instalação do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam), pretende-se acabar com a rapinagem e devastação. Mas isso somente será factível com o estabelecimento de uma ecopolítica direcionada ao maior estado brasileiro, onde a tônica seja: vigilância para a preservação permanente, a serviço da humanidade!

Essa ecopolítica evidencia a importância da instituição das cidades-estados no Amazonas, futuro celeiro do mundo. Somente a cidade-estado terá o condão de despertar as consciências para a importância do desenvolvimento sustentável, com vistas à explosão demográfica que deverá ocorrer no século XXI.

A Amazônia possui todos os ingredientes para se começar, a partir do tombamento integral, a aplicar o desenvolvimento local sustentável, objetivo da Agenda 21. Basta que se institua, no estado amazônico, inúmeras cidades-estados, consoante paradigma da doutrina socioecológica Fraternalismo.

A gestão "de baixo para cima" propiciará a consciência ecológica natural e, portanto, lógica, com a qual serão gerenciados os recursos naturais do ecossistema, buscando o desenvolvimento material e psíquico das populações locais, e destinando seus espaços ao futuro do Brasil.

Este capítulo, o mais importante de todos, está consubstanciado no documento ABC do Fraternalismo - Cartilha da Fraternidade, lançado pela AME-Fundação Mundial de Ecologia

ante de todos, está consubstanciado no documento ABC do Fraternalismo - Cartilha da Fraternidade, lançado pela AME-Fundação Mundial de Ecologia
ECOSSISTEMAS DA MATA ATLÂNTICA

A temperatura, a freqüência das chuvas, a altitude, a proximidade do oceano e a composição do solo determinam as variações de vegetação que definem os diferentes ecossistemas que constituem a Mata Atlântica.

Certos animais têm adaptações para viverem em apenas um desses ecossistemas, isto é, num ambiente com determinadas características. A diversidade biológica (biodiversidade) de todos os ecossistemas ou em apenas um deles é considerável.

Esses ecossistemas recebem denominações como: Floresta Ombrófila Densa, Floresta de Araucária ou Ombrófila mista, Campos de Altitude, Restingas e Manguezais. Na região norte de Santa Catarina ocorrem todos estes ecossistemas. Como há vários tipos de ecossistemas e subdivisões desses, as denominações podem variar de um texto para outro.

3.1 FLORESTA OMBRÓFILA DENSA

Floresta grandiosa e heterogênea, de solo bem drenado e com grande fertilidade, é caracterizada por apresentar árvores de folhas largas, sempre-verdes, de longa duração e mecanismos adaptados para resistir tanto a períodos de calor extremo quanto de muita umidade. Sua vegetação apresenta altura média de 15 metros, mas as grandes árvores chegam a atingir até 40 metros. O grande número de cipós, bromélias, orquídeas e outras epífitas (plantas aéreas) que se hospedam nas imponentes árvores dão a esta floresta um caráter tipicamente tropical.

Figura 3.1 Figueira: uma imponente árvore típica da Floresta Ombrófila Densa. Grande quantidade de bromélias, orquídeas, cipós e outras epífitas se hospedam em seus galhos, em busca de maior quantidade de luz.

Uma grande diversidade de espécies de plantas é encontrada na Floresta Ombrófila Densa, entre elas destacam-se as canelas, o palmiteiro, as figueiras, o coqueiro-jerivá etc.

Diversas espécies de invertebrados, anfíbios, répteis, aves e mamíferos são encontrados neste ecossistema.

A principal ameaça da Floresta Ombrófila Densa é o desmatamento que visa transformar as áreas remanescentes em espaço para a agricultura, a agropecuária, reflorestamentos e loteamentos.

Figura 3.2 Desmatamento criminoso nas últimas áreas de Mata Atlântica.

3.2 FLORESTA OMBRÓFILA MISTA OU MATA DE ARAUCÁRIA

Outra formação florestal da Mata Atlântica é a Floresta Ombrófila Mista ou Mata de Araucária, localizada principalmente na região Sul. O clima é subtropical, com chuvas regulares o ano todo, e temperaturas relativamente baixas.

Figura 3.3 Paisagem típica da Floresta Ombrófila Mista ou Mata de Araucária.

Nesta floresta predomina uma espécie de árvore, o pinheiro-do-Paraná (Araucaria angustifólia), conhecida também por araucária, que pode atingir até 50 metros de altura. Outros exemplos de árvores que ocorrem neste ecossistema são: imbuia, erva-mate, bracatinga, gavirova (ou gabirova), tarumã, pessegueiro-bravo, cedro, vassourão e a canela-sassafrás.

Figura 3.4 Araucária ou pinheiro-do-Paraná, árvore típica do ecossistema da Mata Atlântica que lhe empresta seu nome: Floresta de Araucária.

Quanto a fauna da Floresta Ombrófila Mista, podem ser encontrados roedores (ratos, cutias e pacas), aves ameaçadas de extinção como a gralha-azul e o papagaio-de-peito-rocho, além de inúmeros insetos. A semente da araucária, o pinhão, é muito apreciada pela fauna em geral e se constitui numa fonte de alimento essencial para o seu sustento.

A ameaça de extinção de algumas espécies desse ecossistema, como a gralha-azul e o papagaio-de-peito-rocho, pode ser atribuída à escassez do pinhão. Para agravar a situação, as pessoas vêm coletando o pinhão para comércio, já que é muito apreciado também pelos humanos. Quando as pinhas - que agregam os pinhões, que são os fruto da araucária - estão ainda verdes são furtadas das áreas de preservação, não deixando nada para a fauna que acaba perecendo de fome.

Figura 3.5 Papagaio-de-peito-rocho (Amazona vinacea): ave que está sendo exterminada devido à destruição das Florestas de Araucárias. Foto tirada no Zôo de Pomerode (SC) em jan/04. Exemplar apreendido do tráfico de animais silvestres e que não pode mais voltar para a natureza.

Figura 3.6 Gralha-azul (Cyanocorax caeruleus): ave símbolo da Floresta de Araucária que está desaparecendo devido à destruição deste ecossistema. Foto tirada no Zôo de Pomerode (SC) em jan/04. Exemplar apreendido do tráfico de animais silvestres e que não pode mais voltar para a natureza.

Infelizmente, esse ecossistema está ameaçado de extinção, devido à exploração da madeira e pela substituição de sua área de domínio pela agricultura e reflorestamentos de pinus e eucalipto. Em Santa Catarina, restam menos de 1% do ecossistema original e a destruição continua intensa.

Figura 3.7 Destruição criminosa das últimas áreas de Floresta de Araucárias. Foto tirada em 01/11/2004 em Itaiópolis (SC), trevo BR-116.

Figura 3.8 Destruição criminosa das últimas áreas de Floresta de Araucárias. Foto tirada em 25/07/2004 em Itaiópolis (SC), Distrito de Itaió.

Já a araucária é ainda bastante comum de ser observada nas propriedades, devido ao fato das pessoas gostarem muito do pinhão. A abundância das sementes produzidas que germinam facilmente, colabora muito para a perpetuação da espécie. Além disso, em área aberta, num solo de boa fertilidade, em apenas 13 anos uma araucária já produz sementes (pinhões).

A araucária é uma árvore que só se desenvolve bem em áreas abertas, ou seja, é uma espécie pioneira (isto é, a primeira a desenvolver em áreas desmatadas). Por isso, é difícil sua regeneração numa floresta onde ocorreu sua extração nas últimas décadas, o que causa um grave impacto na fauna, pois a oferta de pinhão durante um certo período do ano é crucial para a sobrevivência de muitas espécies. Os pinhões cobrem uma lacuna na oferta de alimento na floresta. Evidentemente, outras espécies de árvores são igualmente importantes.

Figura 3.9 Cenário de destruição muito comum de ser observado nas propriedades rurais: toda a vegetação do ecossistema é destruída e apenas as araucárias poupadas, por causa do pinhão, muito apreciado pelas pessoas.

O fato de ser uma árvore apreciada pelo homem, este acaba provocando seu adensamento (artificial) em certas regiões, o que acaba não contribuindo muito para a conservação da biodiversidade, para a qual seria necessária uma floresta com uma maior diversidade de espécies de árvores, arbustos, cipós etc. É muito comum os proprietários suprimir todas as outras espécies de árvores de grande porte e as espécies de vegetação do sub-bosque, o que aniquila com quase toda a fauna.

Figura 3.10 Araucárias adensadas (“monocultura”) pela interferência do homem. Situação que não traz grandes benefícios para a conservação da biodiversidade, que necessita da integridade do ecossistema, ou seja, de uma grande diversidade de árvores, arbustos, cipós etc.para que haja oferta de alimento para a fauna o ano todo, como era antes da agressão do homem.

3.3 CAMPOS DE ALTITUDE

No alto de serras, em geral acima de 900m, ocorrem formações conhecidas como Campos de Altitude. Na serra do Mar da região norte de Santa Catarina, no município de Garuva principalmente, temos a ocorrência deste ecossistema.



Figura 3.11 Paisagens típicas dos Campos de Altitude - Imagem superior mostra a vegetação rasteira e a imagem inferior mostra a extensão desses campos naturais.

A camada do solo é bastante rasa e pedregosa de modo que somente plantas de pequeno porte conseguem se desenvolver, vegetação rasteira em geral, predominando as gramíneas, formando extensos campos naturais. Já entre as montanhas, onde a camada de solo é mais espessa e mais úmida devido ao acúmulo das águas das chuvas que escoa das partes mais altas (formando as nascentes), ocorrem áreas com floresta constituída por árvores de grande porte. Essa mata recebe o nome de floresta de galeria. Esses locais oferecem condições para abrigar uma diversificada fauna de mamíferos e aves. Nascentes de rios importantes, como o rio Quiriri (afluente do rio Cubatão) que abastece Joinville, localizam-se nos Campos de Altitude.

Figura 3.12 Floresta de Galeria nos Campos de Altitude. Foto tirada em 11/01/2006 – Alto Quiriri – Garuva, SC.

Figura 3.13 Detalhe do recorte de uma estrada na região dos Campos de Altitude mostrando que o solo é bem raso e bastante pedregoso.

Após as chuvas, as águas escoam rapidamente para as partes mais baixas deixando o solo (que já é bastante pedregoso, de fácil drenagem portanto) sempre seco. Neste ambiente seco, de solo bem drenado, combinado com os ventos fortes e constantes as plantas desenvolveram adaptações especiais. Uma dessas adaptações são tubérculos, conforme mostra a foto abaixo (Fig. 3.14).

Figura 3.14 Detalhe do recorte de uma estrada na região dos Campos de Altitude mostrando que algumas plantas desenvolveram adaptações especiais, como tubérculos que armazenam água, para habitarem esse tipo de ambiente com solos áridos.

As condições adversas proporcionaram o surgimento de muitas espécies endêmicas (exclusivas) nesse ecossistema, sobretudo de flora. É impressionante a beleza e variedade das flores encontradas, que possuem valor ornamental indescritível.

Figura 3.15 Pepalanto (Paepalanthus polianthus): destaca-se entre a vegetação rasteira dos Campos de Altitude.

Figura 3.16 Exemplo de flor que ocorre exclusivamente nos Campos de Altitude.

Figura 3.17 Outro exemplo da enorme variedade e beleza das flores de plantas que ocorrem exclusivamente nos Campos de Altitude.

Diversos tipos de liquens são encontrados sobre as rochas, além de bromélias, orquídeas e samambaias e muitas outras espécies de plantas. Observa-se que o principal mecanismo de dispersão das sementes das plantas rasteiras que ocorrem nos campos de altitude é o vento, que é sempre intenso e constante o ano inteiro.

Figura 3.18 Líquen (associação de dois organismos: fungo e alga, que vivem em simbiose) comum de ser observado nas rochas de granito nos Campos de Altitude.

Esse ecossistema é muito frágil. O solo é de fácil erosão. Ao se remover a vegetação rasteira surgem grandes voçorocas (fendas), expondo as rochas. Uma simples abertura de estrada dá início a um processo de erosão incontrolável.

Figura 3.19 Fragilidade dos Campos de Altitude - A remoção da vegetação dispara um processo de erosão incontrolável. A abertura de uma estrada causa grandes impactos, conforme pode ser visto nesta imagem. Foto tirada em 11/01/2006 – Alto Quiriri – Garuva, SC.

Ainda, hoje, estes campos naturais vêm sendo utilizados para criação de gado, cuja degradação causa um enorme prejuízo para a sociedade (destruição do patrimônio natural, das nascentes e rios que afetam a produção de água que abastecem grandes cidades).

Figura 3.20 Apesar do valor inestimável para a sociedade, os campos de altitudes vêm sendo usados para criação de gado, que causa grandes impactos. Foto tirada em 11/01/2006 – Alto Quiriri – Garuva, SC.

Outro gravíssimo problema são as queimadas criminosas para a substituição da vegetação nativa por pastagens e reflorestamento de pinus. As queimadas atingem até mesmo as áreas protegidas por proprietários particulares. Aliás, essas áreas protegidas são também afetadas pelas plantas invasoras como o próprio pinus que está se tornando um problema muito sério e sua remoção envolve custos elevados e nem sempre é simples, sobretudo em áreas de escarpas (área com alta declividade).

Figura 3.21 Invasão de pinus nos Campos de Altitude: sementes de reflorestamentos próximos são dispersadas pelos ventos e contaminam este frágil ecossistema. Alguns proprietários conscientes removem esta planta invasora, mas outros, nem tanto. Foto tirada em 11/01/2006 – Alto Quiriri – Garuva, SC.

Além de todos esses problemas há ainda a prática de mineração para exploração de caulim (utilizado na indústria de cerâmica), que causa danos irreversíveis. O caulim é lavado no próprio local de extração e os tanques de contenção freqüentemente se rompem contaminando os rios, exterminando com toda a fauna aquática. Nem é necessário dizer que os processos de licenciamento e fiscalização da atividade pelos órgãos ambientais são tão turvos quando a água dos rios afetados pela atividade.

Figura 3.22 Mineração nos Campos de Altitude para extração de caulim (material utilizado pela indústria na composição de cerâmicas), uma atividade de grande impacto neste frágil ecossistema. À esquerda da gigantesca cratera houve a utilização criminosa de herbicida (repare a vegetação morta). Foto tirada em 11/01/2006 – Alto Quiriri – Garuva, SC.

3.4 RESTINGA

Subseqüente às dunas, fora do alcance do mar, desenvolve-se um ecossistema conhecido como restinga. Seu relevo é plano, seus rios são lentos e tortuosos. Suas águas apresentam característica única, com coloração avermelhada e pH ácido, devido ao excesso de matéria orgânica morta. Em determinada época do ano, em conseqüência das chuvas mais intensas e freqüentes, a restinga de interior fica inundada.

Figura 3.23 Ambiente característico da floresta de Restinga de interior. No período mais chuvoso do ano a Restinga fica parcialmente inundada. A água avermelhada é devido a decomposição da matéria orgânica.

Sua flora apresenta um gradativo crescimento: próximo à praia as espécies são mais baixas e conforme se caminha para o interior, as espécies vão adquirindo um porte maior.

A restinga é um ecossistema composto por vegetação mista, nela podem ser encontradas árvores, arbustos, trepadeiras, epífitas, sambambais e muitas bromélias, que se desenvolvem no chão, colonizando extensas áreas. O olandi (Callophillum brasiliensis) se destaca entre muitas espécies de árvores encontradas na floresta de Restinga.

Figura 3.24 Ambiente característico da floresta de Restinga de interior: sobre a espessa camada de folhas secas em decomposição cresce um grande número de bromélias, que colonizam grandes áreas.

Figura 3.25 Olandi (Callophillum brasiliensis): árvore de grande porte da floresta de Restinga de interior.

A vegetação se caracteriza por folhas ásperas e resistentes, caules duros e retorcidos e raízes com forte poder de absorção no solo rico em matéria orgânica morta. Devido à essa riqueza de matéria orgânica, o solo da Restinga, de cor escura, é chamado de turfa.

A fauna de restinga apresenta grande diversidade de espécies, desde microrganismos até mamíferos de grande porte. Pode-se destacar a presença de uma espécie de fungo luminescente, encontrado somente na floresta de Restinga. Anfíbios, como a perereca-de-capacete e o sapinho-de-restinga dependem exclusivamente deste hábitat para sobreviver.

Figura 3.26 Sapinho-da-restinga (Dendrophryniscus leucomystax): espécie que só existe na floresta de restinga de interior, ou seja, é endêmico da restinga. Seus girinos só se desenvolvem na água com o pH ácido da floresta de restinga.

Figura 3.27 Perereca-de-capacete (Aparasphenodon bokermanni): Espécie que só existe na floresta de restinga de interior, ou seja, é endêmica da restinga. Seus girinos só se desenvolvem na água com o pH ácido da floresta de Restinga. Sua desova ocorre no interior das câmaras formadas pela estrutura do enraizamento aéreo das árvores coberto com a espessa camada de folhas secas.

Figura 3.28 Câmara formada pela estrutura do enraizamento aéreo das árvores coberta com a espessa camada de folhas secas. No interior dessa câmara, quando inundada, ocorre a desova da perereca-de-capacete.

Devido à exploração imobiliária, agropecuária, agricultura, mineração (extração de areia para indústria de vidros e construção civil) e os reflorestamentos de pinus esse ecossistema vem sendo destruído a cada ano que passa, tornando-se um dos mais ameaçados.

Figura 3.29 Extração de areia em área de Restinga em Barra do Sul, SC (matéria prima para indústria de vidro recém instalada na região): danos ambientais irreparáveis ao ecossistema. Além da destruição das últimas áreas desse ameaçadíssimo ecossistema, esta atividade de mineração cria o grave problema das gigantescas crateras, que será deixado para as gerações futuras resolverem.

Figura 3.30 Exploração imobiliária com loteamentos ilegais - A principal pressão para aniquilar as últimas áreas de Restinga na região norte de Santa Catarina.

Figura 3.31 Loteamento criminoso, cujos proprietários estão tentando legalizar. Foi desmatada uma vasta área de restinga ainda intacta (primária) em Barra do Sul, SC. É um dos maiores desmatamentos deste ameaçadíssimo ecossistema dos últimos anos. Foto: 14/01/2006.

Figura 3.32 Detalhe do loteamento criminoso em Barra do Sul (SC). Figueira gigante abatida e queimada: milhares de formas de vida aniquiladas. Foto: 14/01/2006.

Figura 3.33 Detalhe do loteamento criminoso em Barra do Sul (SC) Foto: 14/01/2006.

Figura 3.34 Destruição da floresta de Restinga: loteamento irregular na praia do Ervino, em S.Francisco do Sul (SC).

Figura 3.35 Destruição da floresta de Restinga com autorização fraudulenta do órgão ambiental. Foto: out/2003.

Figura 3.36 Destruição da Floresta de Restinga com autorização fraudulenta do órgão ambiental. Foto: out/2003.

Figura 3.37 Destruição da floresta de Restinga com autorização fraudulenta do órgão ambiental. Detalhe de um olandi (Callophillum brasiliensis) abatido. Foto: out/2003.

3.5 MANGUEZAIS

Ecossistema característico de regiões tropicais, constantemente exposto ao regime de marés, dominado por espécies típicas, que apresentam uma série de adaptações às condições existentes neste ambiente. O litoral norte de Santa Catarina, sobretudo a baía da Babitonga, em Joinville e Araquari, é rico em manguezais. Áreas com mangues também ocorrem na foz do rio Itapocu.

Figura 3.38 Manguezal no canal do Linguado, em São Francisco do Sul, SC, na divisa com Balneário Barra do Sul, SC.

Figura 3.39 Manguezal em Balneário Barra do Sul, SC.

A vegetação desse ecossistema protege a zona costeira das perturbações atmosféricas bem como, fixa a terra impedindo assim o processo de erosão. As raízes dos mangues funcionam como filtros na retenção de sedimentos.

Figura 3.40 Ambiente típico dos manguezais.

Figura 3.41 Ambiente típico dos manguezais: uma numerosa população de várias espécies de caranguejos vivem na lama dos manguezais. Os buracos na lama são tocas de caranguejos, onde eles se refugiam ao notarem a presença de predadores.

Figura 3.42 As árvores que ocorrem exclusivamente nos manguezais têm adaptações especiais como raízes áreas para sustentação das árvores nesse ambiente de lodo.

Figura 3.43 As raízes das árvores do mangue funcionam como filtro para retenção de sedimentos e crescem de baixo para cima, conforme pode ser visto nesta imagem (as pontas sobressaindo do lodo).

Os manguezais são conhecidos como berçários, porque existe uma série de organismos (peixes, crustáceos etc.) que se reproduzem nestes locais. Neles, os filhotes também são criados, como no caso de camarões, algumas espécies de peixes e aves. Entre as espécies de aves estão os colhereiros, os socós e os martins-pescadores.

Ao contrário das outras florestas, nos manguezais não há muita riqueza de espécies, porém são destacados pela grande abundância de populações que neles vivem.

Figura 3.44 Detalhe das folhas de uma das três espécies de árvores que ocorrem nos manguezais. Uma adaptação muito interessante pode ser observada sobre as folhas desta planta: a eliminação do excesso de sal através das folhas.

Figura 3.45 Detalhe da flor de outra espécie de árvore que ocorre nos manguezais.

Entre as espécies da fauna nativa que habitam os manguezais destacam-se:

Caranguejos - vivem em enormes populações nos fundos lodosos, são mais ativos durante a maré baixa;

Figura 3.46 O mangue é rico em diversidade de caranguejos e suas populações são numerosas. O exemplar desta foto é o aratu (Goniopsis cruentata)

Figura 3.47 Toca de uma espécie de caranguejo construída com uma elevação na entrada, possivelmente para retardar um pouco a inundação com a subida da maré.



Figura 3.48 Foto superior: espécie de caranguejo do mangue adaptado para viver nas árvores do manguezal. Foto inferior: detalhe do caranguejo

Figura 3.49 Outra espécie de caranguejo que tem o mangue como hábitat.

Ostras, cracas e mexilhões - podem ser encontrados em troncos submersos, alimentam-se de partículas suspensas na água;

Figura 3.50 Ostras e mexilhões coletados nos mangues para venda às margens rodovia BR-280, em Araquari (SC). Uma atividade em franca decadência devido ao esgotamento dos recursos naturais, mas só deverá acabar quando a última ostra for coletada, o que não deverá demorar muito para acontecer. As áreas de mangues estão muito reduzidas e degradadas pela poluição e esta coleta acelera seu extermínio.

Camarões e peixes - penetram nos manguezais também durante a maré alta e na fase jovem dependem muito das fontes alimentares que ali são encontradas;

Figura 3.51 Produto de uma noite de pesca de um dos pescadores artesanais de Barra do Sul (SC). A abundância de peixes depende da saúde dos manguezais, que funcionam como verdadeiros berçários para inúmeras espécies. A forte decadência da pesca está associada também à degradação e destruição dos manguezais.

Aves comedoras de peixes e invertebrados marinhos - costumam alimentar-se durante a maré baixa, quando os fundos lodosos ficam expostos;

Mamíferos - podem ser citados o mão-pelada e o quati que se alimentam de caranguejos e a lontra que é uma hábil pescadora.

Figura 3.52 Mão-pelada (Procyon cancrivorus), freqüentador assíduo dos manguezais em busca de seu alimento predileto: caranguejos. Porém, ele vem sendo vítima de muita crueldade em algumas comunidades de pescadores tradicionais que estão aniquilando os caranguejos dos mangues. Estes coletores de caranguejos temem a competição com o mão-pelada e colocam iscas envenenadas para exterminá-los.

Figura 3.53 Crueldade no comércio dos caranguejos saqueados dos mangues. O bicho fica horas pendurado, exposto ao sol, sem entender porque esta punição tão severa, imposta pelo mais sádico predador do Planeta, até que a morte alivie seu sofrimento. Local BR-280, em Araquari (SC), no trecho que liga Joinville às praias do litoral norte de SC.

Os manguezais vêm sendo degradados diariamente pela ação e ocupação do homem, através do despejo de esgotos sanitários, industriais e agrícolas, bem como através da construção de rodovias e a exploração imobiliária.

Figura 3.54 Área de mangue ocupada irregularmente com moradias em Balneário Barra do Sul (SC). A legislação proíbe este tipo de ocupação. Foto: 14/01/2006.

Figura 3.55 Casa construída irregularmente em área de mangue em Araquari (SC), às margens do canal do Linguado e da BR-280. A lei proíbe construções neste local. A justiça federal já tem determinado a demolição de muitas destas construções e os criminosos tem sido punidos de acordo com a lei. Mas o dano já foi feito. Foto: 14/01/2006

Figura 3.56 Lançamento de esgoto residencial diretamente em área de mangue no canal do Linguado, em Balneário Barra do Sul (SC), na região central da cidade. Foto: 14/01/2006

Figura 3.57 Lançamento de esgoto residencial sem nenhum tratamento diretamente em área de mangue no canal do Linguado, em Balneário Barra do Sul (SC). Este esgoto contamina o berçário de muitas espécies de peixes do mar, ou seja, compromete toda a vida marinha e deixa as praias impróprias para o uso das pessoas. É grande o risco de contrair doenças graves quem se banha nas águas poluídas por esgotos. E, lamentavelmente, este não é o único caso: todo o esgoto da cidade é despejado sem nenhum tratamento no canal do Linguado, por isso a vida marinha vem sendo aniquilada na região. Foto: 14/01/2006
ECOSSISTEMAS DA MATA ATLÂNTICA

A temperatura, a freqüência das chuvas, a altitude, a proximidade do oceano e a composição do solo determinam as variações de vegetação que definem os diferentes ecossistemas que constituem a Mata Atlântica.

Certos animais têm adaptações para viverem em apenas um desses ecossistemas, isto é, num ambiente com determinadas características. A diversidade biológica (biodiversidade) de todos os ecossistemas ou em apenas um deles é considerável.

Esses ecossistemas recebem denominações como: Floresta Ombrófila Densa, Floresta de Araucária ou Ombrófila mista, Campos de Altitude, Restingas e Manguezais. Na região norte de Santa Catarina ocorrem todos estes ecossistemas. Como há vários tipos de ecossistemas e subdivisões desses, as denominações podem variar de um texto para outro.

3.1 FLORESTA OMBRÓFILA DENSA

Floresta grandiosa e heterogênea, de solo bem drenado e com grande fertilidade, é caracterizada por apresentar árvores de folhas largas, sempre-verdes, de longa duração e mecanismos adaptados para resistir tanto a períodos de calor extremo quanto de muita umidade. Sua vegetação apresenta altura média de 15 metros, mas as grandes árvores chegam a atingir até 40 metros. O grande número de cipós, bromélias, orquídeas e outras epífitas (plantas aéreas) que se hospedam nas imponentes árvores dão a esta floresta um caráter tipicamente tropical.

Figura 3.1 Figueira: uma imponente árvore típica da Floresta Ombrófila Densa. Grande quantidade de bromélias, orquídeas, cipós e outras epífitas se hospedam em seus galhos, em busca de maior quantidade de luz.

Uma grande diversidade de espécies de plantas é encontrada na Floresta Ombrófila Densa, entre elas destacam-se as canelas, o palmiteiro, as figueiras, o coqueiro-jerivá etc.

Diversas espécies de invertebrados, anfíbios, répteis, aves e mamíferos são encontrados neste ecossistema.

A principal ameaça da Floresta Ombrófila Densa é o desmatamento que visa transformar as áreas remanescentes em espaço para a agricultura, a agropecuária, reflorestamentos e loteamentos.

Figura 3.2 Desmatamento criminoso nas últimas áreas de Mata Atlântica.

3.2 FLORESTA OMBRÓFILA MISTA OU MATA DE ARAUCÁRIA

Outra formação florestal da Mata Atlântica é a Floresta Ombrófila Mista ou Mata de Araucária, localizada principalmente na região Sul. O clima é subtropical, com chuvas regulares o ano todo, e temperaturas relativamente baixas.

Figura 3.3 Paisagem típica da Floresta Ombrófila Mista ou Mata de Araucária.

Nesta floresta predomina uma espécie de árvore, o pinheiro-do-Paraná (Araucaria angustifólia), conhecida também por araucária, que pode atingir até 50 metros de altura. Outros exemplos de árvores que ocorrem neste ecossistema são: imbuia, erva-mate, bracatinga, gavirova (ou gabirova), tarumã, pessegueiro-bravo, cedro, vassourão e a canela-sassafrás.

Figura 3.4 Araucária ou pinheiro-do-Paraná, árvore típica do ecossistema da Mata Atlântica que lhe empresta seu nome: Floresta de Araucária.

Quanto a fauna da Floresta Ombrófila Mista, podem ser encontrados roedores (ratos, cutias e pacas), aves ameaçadas de extinção como a gralha-azul e o papagaio-de-peito-rocho, além de inúmeros insetos. A semente da araucária, o pinhão, é muito apreciada pela fauna em geral e se constitui numa fonte de alimento essencial para o seu sustento.

A ameaça de extinção de algumas espécies desse ecossistema, como a gralha-azul e o papagaio-de-peito-rocho, pode ser atribuída à escassez do pinhão. Para agravar a situação, as pessoas vêm coletando o pinhão para comércio, já que é muito apreciado também pelos humanos. Quando as pinhas - que agregam os pinhões, que são os fruto da araucária - estão ainda verdes são furtadas das áreas de preservação, não deixando nada para a fauna que acaba perecendo de fome.

Figura 3.5 Papagaio-de-peito-rocho (Amazona vinacea): ave que está sendo exterminada devido à destruição das Florestas de Araucárias. Foto tirada no Zôo de Pomerode (SC) em jan/04. Exemplar apreendido do tráfico de animais silvestres e que não pode mais voltar para a natureza.

Figura 3.6 Gralha-azul (Cyanocorax caeruleus): ave símbolo da Floresta de Araucária que está desaparecendo devido à destruição deste ecossistema. Foto tirada no Zôo de Pomerode (SC) em jan/04. Exemplar apreendido do tráfico de animais silvestres e que não pode mais voltar para a natureza.

Infelizmente, esse ecossistema está ameaçado de extinção, devido à exploração da madeira e pela substituição de sua área de domínio pela agricultura e reflorestamentos de pinus e eucalipto. Em Santa Catarina, restam menos de 1% do ecossistema original e a destruição continua intensa.

Figura 3.7 Destruição criminosa das últimas áreas de Floresta de Araucárias. Foto tirada em 01/11/2004 em Itaiópolis (SC), trevo BR-116.

Figura 3.8 Destruição criminosa das últimas áreas de Floresta de Araucárias. Foto tirada em 25/07/2004 em Itaiópolis (SC), Distrito de Itaió.

Já a araucária é ainda bastante comum de ser observada nas propriedades, devido ao fato das pessoas gostarem muito do pinhão. A abundância das sementes produzidas que germinam facilmente, colabora muito para a perpetuação da espécie. Além disso, em área aberta, num solo de boa fertilidade, em apenas 13 anos uma araucária já produz sementes (pinhões).

A araucária é uma árvore que só se desenvolve bem em áreas abertas, ou seja, é uma espécie pioneira (isto é, a primeira a desenvolver em áreas desmatadas). Por isso, é difícil sua regeneração numa floresta onde ocorreu sua extração nas últimas décadas, o que causa um grave impacto na fauna, pois a oferta de pinhão durante um certo período do ano é crucial para a sobrevivência de muitas espécies. Os pinhões cobrem uma lacuna na oferta de alimento na floresta. Evidentemente, outras espécies de árvores são igualmente importantes.

Figura 3.9 Cenário de destruição muito comum de ser observado nas propriedades rurais: toda a vegetação do ecossistema é destruída e apenas as araucárias poupadas, por causa do pinhão, muito apreciado pelas pessoas.

O fato de ser uma árvore apreciada pelo homem, este acaba provocando seu adensamento (artificial) em certas regiões, o que acaba não contribuindo muito para a conservação da biodiversidade, para a qual seria necessária uma floresta com uma maior diversidade de espécies de árvores, arbustos, cipós etc. É muito comum os proprietários suprimir todas as outras espécies de árvores de grande porte e as espécies de vegetação do sub-bosque, o que aniquila com quase toda a fauna.

Figura 3.10 Araucárias adensadas (“monocultura”) pela interferência do homem. Situação que não traz grandes benefícios para a conservação da biodiversidade, que necessita da integridade do ecossistema, ou seja, de uma grande diversidade de árvores, arbustos, cipós etc.para que haja oferta de alimento para a fauna o ano todo, como era antes da agressão do homem.

3.3 CAMPOS DE ALTITUDE

No alto de serras, em geral acima de 900m, ocorrem formações conhecidas como Campos de Altitude. Na serra do Mar da região norte de Santa Catarina, no município de Garuva principalmente, temos a ocorrência deste ecossistema.



Figura 3.11 Paisagens típicas dos Campos de Altitude - Imagem superior mostra a vegetação rasteira e a imagem inferior mostra a extensão desses campos naturais.

A camada do solo é bastante rasa e pedregosa de modo que somente plantas de pequeno porte conseguem se desenvolver, vegetação rasteira em geral, predominando as gramíneas, formando extensos campos naturais. Já entre as montanhas, onde a camada de solo é mais espessa e mais úmida devido ao acúmulo das águas das chuvas que escoa das partes mais altas (formando as nascentes), ocorrem áreas com floresta constituída por árvores de grande porte. Essa mata recebe o nome de floresta de galeria. Esses locais oferecem condições para abrigar uma diversificada fauna de mamíferos e aves. Nascentes de rios importantes, como o rio Quiriri (afluente do rio Cubatão) que abastece Joinville, localizam-se nos Campos de Altitude.

Figura 3.12 Floresta de Galeria nos Campos de Altitude. Foto tirada em 11/01/2006 – Alto Quiriri – Garuva, SC.

Figura 3.13 Detalhe do recorte de uma estrada na região dos Campos de Altitude mostrando que o solo é bem raso e bastante pedregoso.

Após as chuvas, as águas escoam rapidamente para as partes mais baixas deixando o solo (que já é bastante pedregoso, de fácil drenagem portanto) sempre seco. Neste ambiente seco, de solo bem drenado, combinado com os ventos fortes e constantes as plantas desenvolveram adaptações especiais. Uma dessas adaptações são tubérculos, conforme mostra a foto abaixo (Fig. 3.14).

Figura 3.14 Detalhe do recorte de uma estrada na região dos Campos de Altitude mostrando que algumas plantas desenvolveram adaptações especiais, como tubérculos que armazenam água, para habitarem esse tipo de ambiente com solos áridos.

As condições adversas proporcionaram o surgimento de muitas espécies endêmicas (exclusivas) nesse ecossistema, sobretudo de flora. É impressionante a beleza e variedade das flores encontradas, que possuem valor ornamental indescritível.

Figura 3.15 Pepalanto (Paepalanthus polianthus): destaca-se entre a vegetação rasteira dos Campos de Altitude.

Figura 3.16 Exemplo de flor que ocorre exclusivamente nos Campos de Altitude.

Figura 3.17 Outro exemplo da enorme variedade e beleza das flores de plantas que ocorrem exclusivamente nos Campos de Altitude.

Diversos tipos de liquens são encontrados sobre as rochas, além de bromélias, orquídeas e samambaias e muitas outras espécies de plantas. Observa-se que o principal mecanismo de dispersão das sementes das plantas rasteiras que ocorrem nos campos de altitude é o vento, que é sempre intenso e constante o ano inteiro.

Figura 3.18 Líquen (associação de dois organismos: fungo e alga, que vivem em simbiose) comum de ser observado nas rochas de granito nos Campos de Altitude.

Esse ecossistema é muito frágil. O solo é de fácil erosão. Ao se remover a vegetação rasteira surgem grandes voçorocas (fendas), expondo as rochas. Uma simples abertura de estrada dá início a um processo de erosão incontrolável.

Figura 3.19 Fragilidade dos Campos de Altitude - A remoção da vegetação dispara um processo de erosão incontrolável. A abertura de uma estrada causa grandes impactos, conforme pode ser visto nesta imagem. Foto tirada em 11/01/2006 – Alto Quiriri – Garuva, SC.

Ainda, hoje, estes campos naturais vêm sendo utilizados para criação de gado, cuja degradação causa um enorme prejuízo para a sociedade (destruição do patrimônio natural, das nascentes e rios que afetam a produção de água que abastecem grandes cidades).

Figura 3.20 Apesar do valor inestimável para a sociedade, os campos de altitudes vêm sendo usados para criação de gado, que causa grandes impactos. Foto tirada em 11/01/2006 – Alto Quiriri – Garuva, SC.

Outro gravíssimo problema são as queimadas criminosas para a substituição da vegetação nativa por pastagens e reflorestamento de pinus. As queimadas atingem até mesmo as áreas protegidas por proprietários particulares. Aliás, essas áreas protegidas são também afetadas pelas plantas invasoras como o próprio pinus que está se tornando um problema muito sério e sua remoção envolve custos elevados e nem sempre é simples, sobretudo em áreas de escarpas (área com alta declividade).

Figura 3.21 Invasão de pinus nos Campos de Altitude: sementes de reflorestamentos próximos são dispersadas pelos ventos e contaminam este frágil ecossistema. Alguns proprietários conscientes removem esta planta invasora, mas outros, nem tanto. Foto tirada em 11/01/2006 – Alto Quiriri – Garuva, SC.

Além de todos esses problemas há ainda a prática de mineração para exploração de caulim (utilizado na indústria de cerâmica), que causa danos irreversíveis. O caulim é lavado no próprio local de extração e os tanques de contenção freqüentemente se rompem contaminando os rios, exterminando com toda a fauna aquática. Nem é necessário dizer que os processos de licenciamento e fiscalização da atividade pelos órgãos ambientais são tão turvos quando a água dos rios afetados pela atividade.

Figura 3.22 Mineração nos Campos de Altitude para extração de caulim (material utilizado pela indústria na composição de cerâmicas), uma atividade de grande impacto neste frágil ecossistema. À esquerda da gigantesca cratera houve a utilização criminosa de herbicida (repare a vegetação morta). Foto tirada em 11/01/2006 – Alto Quiriri – Garuva, SC.

3.4 RESTINGA

Subseqüente às dunas, fora do alcance do mar, desenvolve-se um ecossistema conhecido como restinga. Seu relevo é plano, seus rios são lentos e tortuosos. Suas águas apresentam característica única, com coloração avermelhada e pH ácido, devido ao excesso de matéria orgânica morta. Em determinada época do ano, em conseqüência das chuvas mais intensas e freqüentes, a restinga de interior fica inundada.

Figura 3.23 Ambiente característico da floresta de Restinga de interior. No período mais chuvoso do ano a Restinga fica parcialmente inundada. A água avermelhada é devido a decomposição da matéria orgânica.

Sua flora apresenta um gradativo crescimento: próximo à praia as espécies são mais baixas e conforme se caminha para o interior, as espécies vão adquirindo um porte maior.

A restinga é um ecossistema composto por vegetação mista, nela podem ser encontradas árvores, arbustos, trepadeiras, epífitas, sambambais e muitas bromélias, que se desenvolvem no chão, colonizando extensas áreas. O olandi (Callophillum brasiliensis) se destaca entre muitas espécies de árvores encontradas na floresta de Restinga.

Figura 3.24 Ambiente característico da floresta de Restinga de interior: sobre a espessa camada de folhas secas em decomposição cresce um grande número de bromélias, que colonizam grandes áreas.

Figura 3.25 Olandi (Callophillum brasiliensis): árvore de grande porte da floresta de Restinga de interior.

A vegetação se caracteriza por folhas ásperas e resistentes, caules duros e retorcidos e raízes com forte poder de absorção no solo rico em matéria orgânica morta. Devido à essa riqueza de matéria orgânica, o solo da Restinga, de cor escura, é chamado de turfa.

A fauna de restinga apresenta grande diversidade de espécies, desde microrganismos até mamíferos de grande porte. Pode-se destacar a presença de uma espécie de fungo luminescente, encontrado somente na floresta de Restinga. Anfíbios, como a perereca-de-capacete e o sapinho-de-restinga dependem exclusivamente deste hábitat para sobreviver.

Figura 3.26 Sapinho-da-restinga (Dendrophryniscus leucomystax): espécie que só existe na floresta de restinga de interior, ou seja, é endêmico da restinga. Seus girinos só se desenvolvem na água com o pH ácido da floresta de restinga.

Figura 3.27 Perereca-de-capacete (Aparasphenodon bokermanni): Espécie que só existe na floresta de restinga de interior, ou seja, é endêmica da restinga. Seus girinos só se desenvolvem na água com o pH ácido da floresta de Restinga. Sua desova ocorre no interior das câmaras formadas pela estrutura do enraizamento aéreo das árvores coberto com a espessa camada de folhas secas.

Figura 3.28 Câmara formada pela estrutura do enraizamento aéreo das árvores coberta com a espessa camada de folhas secas. No interior dessa câmara, quando inundada, ocorre a desova da perereca-de-capacete.

Devido à exploração imobiliária, agropecuária, agricultura, mineração (extração de areia para indústria de vidros e construção civil) e os reflorestamentos de pinus esse ecossistema vem sendo destruído a cada ano que passa, tornando-se um dos mais ameaçados.

Figura 3.29 Extração de areia em área de Restinga em Barra do Sul, SC (matéria prima para indústria de vidro recém instalada na região): danos ambientais irreparáveis ao ecossistema. Além da destruição das últimas áreas desse ameaçadíssimo ecossistema, esta atividade de mineração cria o grave problema das gigantescas crateras, que será deixado para as gerações futuras resolverem.

Figura 3.30 Exploração imobiliária com loteamentos ilegais - A principal pressão para aniquilar as últimas áreas de Restinga na região norte de Santa Catarina.

Figura 3.31 Loteamento criminoso, cujos proprietários estão tentando legalizar. Foi desmatada uma vasta área de restinga ainda intacta (primária) em Barra do Sul, SC. É um dos maiores desmatamentos deste ameaçadíssimo ecossistema dos últimos anos. Foto: 14/01/2006.

Figura 3.32 Detalhe do loteamento criminoso em Barra do Sul (SC). Figueira gigante abatida e queimada: milhares de formas de vida aniquiladas. Foto: 14/01/2006.

Figura 3.33 Detalhe do loteamento criminoso em Barra do Sul (SC) Foto: 14/01/2006.

Figura 3.34 Destruição da floresta de Restinga: loteamento irregular na praia do Ervino, em S.Francisco do Sul (SC).

Figura 3.35 Destruição da floresta de Restinga com autorização fraudulenta do órgão ambiental. Foto: out/2003.

Figura 3.36 Destruição da Floresta de Restinga com autorização fraudulenta do órgão ambiental. Foto: out/2003.

Figura 3.37 Destruição da floresta de Restinga com autorização fraudulenta do órgão ambiental. Detalhe de um olandi (Callophillum brasiliensis) abatido. Foto: out/2003.

3.5 MANGUEZAIS

Ecossistema característico de regiões tropicais, constantemente exposto ao regime de marés, dominado por espécies típicas, que apresentam uma série de adaptações às condições existentes neste ambiente. O litoral norte de Santa Catarina, sobretudo a baía da Babitonga, em Joinville e Araquari, é rico em manguezais. Áreas com mangues também ocorrem na foz do rio Itapocu.

Figura 3.38 Manguezal no canal do Linguado, em São Francisco do Sul, SC, na divisa com Balneário Barra do Sul, SC.

Figura 3.39 Manguezal em Balneário Barra do Sul, SC.

A vegetação desse ecossistema protege a zona costeira das perturbações atmosféricas bem como, fixa a terra impedindo assim o processo de erosão. As raízes dos mangues funcionam como filtros na retenção de sedimentos.

Figura 3.40 Ambiente típico dos manguezais.

Figura 3.41 Ambiente típico dos manguezais: uma numerosa população de várias espécies de caranguejos vivem na lama dos manguezais. Os buracos na lama são tocas de caranguejos, onde eles se refugiam ao notarem a presença de predadores.

Figura 3.42 As árvores que ocorrem exclusivamente nos manguezais têm adaptações especiais como raízes áreas para sustentação das árvores nesse ambiente de lodo.

Figura 3.43 As raízes das árvores do mangue funcionam como filtro para retenção de sedimentos e crescem de baixo para cima, conforme pode ser visto nesta imagem (as pontas sobressaindo do lodo).

Os manguezais são conhecidos como berçários, porque existe uma série de organismos (peixes, crustáceos etc.) que se reproduzem nestes locais. Neles, os filhotes também são criados, como no caso de camarões, algumas espécies de peixes e aves. Entre as espécies de aves estão os colhereiros, os socós e os martins-pescadores.

Ao contrário das outras florestas, nos manguezais não há muita riqueza de espécies, porém são destacados pela grande abundância de populações que neles vivem.

Figura 3.44 Detalhe das folhas de uma das três espécies de árvores que ocorrem nos manguezais. Uma adaptação muito interessante pode ser observada sobre as folhas desta planta: a eliminação do excesso de sal através das folhas.

Figura 3.45 Detalhe da flor de outra espécie de árvore que ocorre nos manguezais.

Entre as espécies da fauna nativa que habitam os manguezais destacam-se:

Caranguejos - vivem em enormes populações nos fundos lodosos, são mais ativos durante a maré baixa;

Figura 3.46 O mangue é rico em diversidade de caranguejos e suas populações são numerosas. O exemplar desta foto é o aratu (Goniopsis cruentata)

Figura 3.47 Toca de uma espécie de caranguejo construída com uma elevação na entrada, possivelmente para retardar um pouco a inundação com a subida da maré.



Figura 3.48 Foto superior: espécie de caranguejo do mangue adaptado para viver nas árvores do manguezal. Foto inferior: detalhe do caranguejo

Figura 3.49 Outra espécie de caranguejo que tem o mangue como hábitat.

Ostras, cracas e mexilhões - podem ser encontrados em troncos submersos, alimentam-se de partículas suspensas na água;

Figura 3.50 Ostras e mexilhões coletados nos mangues para venda às margens rodovia BR-280, em Araquari (SC). Uma atividade em franca decadência devido ao esgotamento dos recursos naturais, mas só deverá acabar quando a última ostra for coletada, o que não deverá demorar muito para acontecer. As áreas de mangues estão muito reduzidas e degradadas pela poluição e esta coleta acelera seu extermínio.

Camarões e peixes - penetram nos manguezais também durante a maré alta e na fase jovem dependem muito das fontes alimentares que ali são encontradas;

Figura 3.51 Produto de uma noite de pesca de um dos pescadores artesanais de Barra do Sul (SC). A abundância de peixes depende da saúde dos manguezais, que funcionam como verdadeiros berçários para inúmeras espécies. A forte decadência da pesca está associada também à degradação e destruição dos manguezais.

Aves comedoras de peixes e invertebrados marinhos - costumam alimentar-se durante a maré baixa, quando os fundos lodosos ficam expostos;

Mamíferos - podem ser citados o mão-pelada e o quati que se alimentam de caranguejos e a lontra que é uma hábil pescadora.

Figura 3.52 Mão-pelada (Procyon cancrivorus), freqüentador assíduo dos manguezais em busca de seu alimento predileto: caranguejos. Porém, ele vem sendo vítima de muita crueldade em algumas comunidades de pescadores tradicionais que estão aniquilando os caranguejos dos mangues. Estes coletores de caranguejos temem a competição com o mão-pelada e colocam iscas envenenadas para exterminá-los.

Figura 3.53 Crueldade no comércio dos caranguejos saqueados dos mangues. O bicho fica horas pendurado, exposto ao sol, sem entender porque esta punição tão severa, imposta pelo mais sádico predador do Planeta, até que a morte alivie seu sofrimento. Local BR-280, em Araquari (SC), no trecho que liga Joinville às praias do litoral norte de SC.

Os manguezais vêm sendo degradados diariamente pela ação e ocupação do homem, através do despejo de esgotos sanitários, industriais e agrícolas, bem como através da construção de rodovias e a exploração imobiliária.

Figura 3.54 Área de mangue ocupada irregularmente com moradias em Balneário Barra do Sul (SC). A legislação proíbe este tipo de ocupação. Foto: 14/01/2006.

Figura 3.55 Casa construída irregularmente em área de mangue em Araquari (SC), às margens do canal do Linguado e da BR-280. A lei proíbe construções neste local. A justiça federal já tem determinado a demolição de muitas destas construções e os criminosos tem sido punidos de acordo com a lei. Mas o dano já foi feito. Foto: 14/01/2006

Figura 3.56 Lançamento de esgoto residencial diretamente em área de mangue no canal do Linguado, em Balneário Barra do Sul (SC), na região central da cidade. Foto: 14/01/2006

Figura 3.57 Lançamento de esgoto residencial sem nenhum tratamento diretamente em área de mangue no canal do Linguado, em Balneário Barra do Sul (SC). Este esgoto contamina o berçário de muitas espécies de peixes do mar, ou seja, compromete toda a vida marinha e deixa as praias impróprias para o uso das pessoas. É grande o risco de contrair doenças graves quem se banha nas águas poluídas por esgotos. E, lamentavelmente, este não é o único caso: todo o esgoto da cidade é despejado sem nenhum tratamento no canal do Linguado, por isso a vida marinha vem sendo aniquilada na região. Foto: 14/01/2006

O Urso Polar e o Aquecimento Global



Hoje em dia, a solução é mesmo encarar com algum humor o aquecimento global apesar de ser um assunto sério e preocupante.



SITES GOVERNAMENTAIS DO MEIO AMBIENTE:
MINISTÈRIO DO MEIO AMBIENTE!
SEMACE
IBAMA




div class="title">Pergunta do ecoblog


A Sua Opinião no Ecoblog



Contactar o ecoblog


Se tiver algo a dizer sobre o ecoblog, não hesite em contactar-lo. A sua opinião será sempre útil e bem vinda.